Clima de medo paira sobre a Vila Sabará
Tiroteio em plena luz do dia e boatos sobre novos assassinatos assustam a população que mora na Cidade Industrial de Curitiba
05/11/2011 | 00:01 | Felippe Aníbal e Aline Peres O som de pelo menos quatro disparos fez com que moradores pensassem que a lista de marcados para morrer tivesse tido mais duas baixas. O tiroteio foi ouvido por volta das 15h30, nas imediações da escola. Moradores relatam que houve pânico e corre-corre. “A gente viu muitos guardas passando, correndo. Todo mundo disse que tinham matado mais dois”, disse um morador. A Guarda Municipal confirmou que um agente ouviu os disparos e acionou outras equipes. Duas motos e duas viaturas foram ao bosque, mas não encontraram os suspeitos. Os assassinatos não ocorreram, segundo as autoridades.
Gangues
Jovens estão se matando, diz polícia
O primeiro assassinato desta semana na Vila Sabará ocorreu no início da tarde de terça-feira, na saída da Escola Cândido Portinari. Loredo Messias da Silva, de 15 anos, foi morto com quatro tiros, a meia quadra do colégio. Ele é apontado como um dos integrantes do grupo Cidade de Deus. O jovem já havia sido detido por pichações. Outro adolescente que estava com ele no instante do ataque conseguiu fugir.
Segundo as investigações, um dos envolvidos na morte de Loredo é Maicon Wilian de Lima Patrício, de 16 anos. Ele foi morto no dia seguinte, a poucas quadras da escola e, segundo a Delegacia de Homicídios, usava o uniforme da Cândido Portinari quando foi assassinado. Patrício seria integrante do Comando Sabará e teria sido executado pelo Comando Corbélia. “Eles estão se matando nessa disputa”, diz o investigador de polícia Carlos Henrique Lima. Alguns do suspeitos estariam deixando o bairro. Uma mulher que é mãe de três estudantes da escola afirma que há denúncias de que alunos frequentam as aulas armados e de que há circulação de drogas dentro do colégio.
Outra senhora, que pediu para não ser identificada, conta, pesarosa, que depois de cinco anos morando no bairro, precisou impedir os filhos de brincar de bola na rua. Outra, mãe de três filhos, disse que se prepara para deixar a Vila Sabará neste fim de semana.
O primeiro assassinato desta semana na Vila Sabará ocorreu no início da tarde de terça-feira, na saída da Escola Cândido Portinari. Loredo Messias da Silva, de 15 anos, foi morto com quatro tiros, a meia quadra do colégio. Ele é apontado como um dos integrantes do grupo Cidade de Deus. O jovem já havia sido detido por pichações. Outro adolescente que estava com ele no instante do ataque conseguiu fugir.
Segundo as investigações, um dos envolvidos na morte de Loredo é Maicon Wilian de Lima Patrício, de 16 anos. Ele foi morto no dia seguinte, a poucas quadras da escola e, segundo a Delegacia de Homicídios, usava o uniforme da Cândido Portinari quando foi assassinado. Patrício seria integrante do Comando Sabará e teria sido executado pelo Comando Corbélia. “Eles estão se matando nessa disputa”, diz o investigador de polícia Carlos Henrique Lima. Alguns do suspeitos estariam deixando o bairro. Uma mulher que é mãe de três estudantes da escola afirma que há denúncias de que alunos frequentam as aulas armados e de que há circulação de drogas dentro do colégio.
Outra senhora, que pediu para não ser identificada, conta, pesarosa, que depois de cinco anos morando no bairro, precisou impedir os filhos de brincar de bola na rua. Outra, mãe de três filhos, disse que se prepara para deixar a Vila Sabará neste fim de semana.
Segundo a polícia, as drogas estão presentes nos grupos identificados, mas não são o maior motivador dos assassinatos. A versão, no entanto, diverge da apresentada por moradores ouvidos pela Gazeta do Povo. Um deles revela que os confrontos estão ocorrendo pela disputa pelo controle do tráfico. Outro diz que a Polícia Militar sabe quem são os envolvidos na venda de entorpecentes, mas que é conivente com a prática.
“Tem ponto [de tráfico] até em frente de posto de saúde. A PM vem a noite, encosta [a viatura], conversa com os traficantes, mas não prende ninguém. Deve ter algum acerto”, acusa. A Gazeta do Povo entrou em contato com a assessoria de imprensa da PM para repercutir a denúncia, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.
A tensão gerada pelas mortes consumadas e pela suposta lista de marcados para morrer foi reforçada por um bilhete da direção da Escola Cândido Portinari, dizendo que “se não estivessem seguros em encaminhar os filhos para a escola, os pais poderiam deixá-los em casa, sem prejuízo pedagógico”. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, dos 2,2 mil alunos (distribuídos nos turnos da manhã e tarde), somente 700 compareceram às aulas ontem.