Joana Alice Ferreira de Lima, 50 anos, ou Nega, como é conhecida por todos que moram na Vila Oswaldo Cruz II, é uma mulher de fibra. Ela é a presidente da associação de moradores da vila e administra com pulso firme tanto a instituição, quanto o entorno. Nada de lixo, nada de desordem. Em contraponto, uma delicadeza e um jeito vaidoso de ser, que cantam e encantam os seus 200 pupilos do Projeto Prevenindo com Formação Integral, posto em prática em 2009. Na sala de música, além de violão, há 27 violinos guardados e mantidos com toda a ordem do lugar.
“Todo mundo sabe que nossa ONG é um quartel-general”, orgulha-se. Em meio aos sons afinados, um coral de meninas prepara-se para a apresentação de Natal. Da sede, que já foi mercado e panificadora – e acabou entregue em comodato pela Cohab – saíram 16 caçambas de lixo. O lugar estava abandonado. Hoje, tem crianças atendidas nos dois turnos, mais de cem adultos em oficinas de artesanato e grupos para terceira idade.
Onde fica? Na Rua Cristina Barletta Tuoto, 185 – Osvaldo Cruz II – (41) 3042-2172 – contato@amococ.org.br
Em prol da paz e da ressocialização (foto 2)
Uma lona de circo branca e azul se sobressai no alto do Bolsão Sabará, porém, o espetáculo aqui não é circense e sim, de solidariedade. A ideia de montar a ONG Anjos surgiu de dentro dos muros do presídio. Oscar Moreira, 37 anos, e Ademir de Aragão (foto), 49, idealizadores do Projeto Amigos Nova Jerusalém Organização Social, viveram na pele a dificuldade de sair da prisão e conseguir a ressocialização. Jaqueline, mulher de Oscar, conta que o início de tudo não foi fácil. “Além da retirada do lixo, também precisamos nos livrar do preconceito inicial”. A ONG presta auxílio a ex-presidiários e dependentes químicos. No pequeno barracão são realizados cursos de elétrica, dry-wall e de pedreiro. Nesses cinco anos, Jaqueline estima que tenham sido atendidos mais de 500 ex-presidiários e seus familiares. Moram ali, atualmente, 16 jovens. Além dos cursos e da estada, para alguns, a Anjos mantém uma feira nas manhãs de sábado com produtos cedidos pela Ceasa e repassados à vizinhança. Onde fica? Na Rua Maria Rosa Guerreiro do Contestado, 31. Bolsão Sabará – fones (41)
GRPCom
Assim como aconteceu na semana passada na Vila Verde, ontem foi a vez de a Vila Sabará receber a visita da Gazeta do Povo e da RPCTV, integrantes do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), em um café da tarde para discutir problemas e buscar soluções para a segurança do bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Estiveram presentes representantes das Polícias Civil e Militar, moradores e líderes comunitários.
Reivindicações como contraturno escolar para os alunos, uma escola de ensino médio na própria Vila, maior investimento público e o estreitamento nas relações entre policiais e comunidade foram levantadas. Para eles, educação e segurança andam juntas. Os moradores contam que, por não haver um colégio de ensino médio perto de casa, aproximadamente 60% dos jovens precisam atravessar o bairro para chegar ao colégio mais próximo. “Eles ficam vulneráveis a traficantes e más companhias”, conta um pai de aluno. Para a Irmã Anete Giordani, gestora do Centro de Assistência Social Divina Misericórdia, seria interessante a criação de conselhos locais na região, a exemplo do que acontece com a saúde e educação. “Criar conselhos para o idoso e a infância e adolescência seria ótimo. Mas nós, como comunidade, precisamos levantar e fazer.”
Outra sugestão foi a criação de um fórum onde as lideranças comunitárias possam discutir e sugerir melhorias à Policia Militar. Algo parecido com os Conselhos de Segurança, que acabaram não dando certo na região.
Alcançando os não alcançados (foto 3)
Uma maquete azul encerra parte do sonho de Paulo. Em quase um hectare de terreno, o ex-empresário do ramo de móveis Paulo Pereira de Novaes (ao centro), 53 anos, pretende ampliar suas ações. Há 15 anos, o Projeto Vida deu seus primeiros passos na Região Norte do país, com projeções de videos que falavam sobre os males da drogadição. Hoje, mantém um espaço na Vila Barigui, onde agrega salas de informática, dança, música e espaços para grafitagem. Atualmente, 220 jovens, dos 7 aos 17 anos, são atendidos pelo projeto. Paulo conta com a ajuda de missionários.“Não levantamos bandeira de igreja alguma; o título se deve à missão que eles escolhem, que é alcançar os não alcançados”. Quando o sonho sair da maquete (foto), a nova área oferecerá alojamentos e centro de recuperação para os voluntários que trabalham no projeto e dão palestras sobre drogas; refeitório; ambulatório e estacionamento. Onde fica? Na Rua Maria Rosa Guerreiro do Contestado, 31. Bolsão Sabará – fones (41) 3249-1897. Site: www.onganjos.com.br
Um lugar para ser feliz (foto 4)
Rodeado por crianças, Geraldo Mazela (foto), 54 anos, anda pelo espaço que já foi um forte ponto de consumo de drogas e prostituição. A Associação de Moradores das Moradias Zimbros (Asmozi), na Vila Sandra, tem 18 anos, mas a partir de 2006 é que o problema com drogas entrou pelas portas da associação. Quando se tornou presidente da Asmozi, o espaço foi ampliado e as crianças que antes eram levadas por ele até o Sesc Portão um sábado sim e outro não, passaram a utilizar o espaço para a prática de esportes e aprendizado. Em parceria com o governo, Mazela coordena cinco projetos: Rumo ao Futuro; Educar é Transformar; Gol do Futuro; Inovar e Pró-Jovem. O público atendido é de 6 a 17 anos. Se for preciso, ele trabalha 24 horas.E o trabalho não é em vão. Em 2009, dois meninos que ainda treinam no time da Asmozi representaram o Brasil na Copa do Mundo InterCampus, na Itália. O evento era uma parceria entre entidades de assistência social e o Internacional de Milão. Onde fica? Na Rua Verônica Tribek Moro, 493, Moradias Zimbros – (41) 3279-3015. Site: www.asmozi.org.br