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26 de novembro de 2011

Coral mostra história de cantores do Palácio

Primeira apresentação do coral de Natal do HSBC foi nesta sexta-feira. Espetáculo revelou como a música transformou a vida dos garotos cantores
A vida e as histórias por trás da janela. Essa foi a realidade que 18 mil pessoas conheceram ao assistir a estreia do Natal HSBC no Palácio Avenida na noite desta sexta-feira (25). O tema “O poder da música” lembra como a vida das crianças carentes que participam do coral foi transformada por essa oportunidade e mostra um pouco dos bastidores do espetáculo.
Nas paredes do Palácio, imagens dos ensaios foram projetadas. Todas as 160 crianças e adolescentes são moradoras de 11 casas-lares atendidas pelo projeto HSBC Educação e pelo Instituto HSBC Solidariedade e, para elas, o “poder da música” se mostrou essencial para promover mudanças em suas vidas. “É como um resgaste para elas. É o momento de coroação do trabalho de todo ano, porque naquelas janelas elas sentem que são amadas pela cidade”, conta Claudia Malschitzky, diretor do Instituto HSBC Solidariedade.
Duas veteranas na janela -- este é o quinto ano que se apresentam -- eram Luriana Santos e Heriely Helena, ambas de 14 anos. Para elas, a experiência é única. “É fantástico, sempre dá um frio da barriga. Não tem como explicar a emoção”, conta Heriely. Em meio a plateia, Stefanne Bortoletto, de 17 anos, pode sentir essa energia. “Está muito bonito este ano. A parte em que as crianças carregavam os pássaros, foi muito emocionante”, conta Stefanne, que assistiu o espetáculo com os pais e a irmã.
O artista Marcos Casuo, que já trabalhou na trupe canadense do Cirque du Soleil, foi mais que um mestre de cerimônias. Era um maestro clown para as crianças e para a plateia. Casuo passeava pelas teclas do grande piano-palco, que se estendia desde as janelas até o público, encantando quem assistia. Quatro bailarinos também emocionaram os espectadores com danças e performances.
Outras atrações
Os eventos de Natal da cidade não se restringem somente ao espetáculo no Palácio Avenida. A partir do dia 1º, a Rua XV de Novembro, entre a Avenida Marechal Floriano Peixoto e a Rua Barão do Rio Branco, terá a Galeria de Luz, montada com mais de 130 mil lâmpadas. Também serão feitas apresentações sobre o tema “luz” que acontecerão de sábado a domingo, às 20h15. Nos sábados, a apresentação acontece às 21h30.

Com uma área total de 28 metros quadrados, o presépio de Natal da Arquidiocese de Curitiba foi montado com imagens de gesso de até 2 metros de altura, cedidas pelo Santuário Nossa Senhora de Fátima, do bairro Tarumã. As visitas estarão abertas a partir de domingo (27) e podem ser feitas diariamente, das 18h às 23h, na Cúria Metropolitana, na Avenida Jaime Reis, 369, Alto São Francisco.
A expectativa é que Curitiba receba cerca de 82 mil turistas durante o período que antecede o Natal.
Serviço
Coral de Natal do HSBC – De 25 de novembro a 18 de dezembro, a partir das 20h30. De quinta a sábado, com exceção da apresentação no domingo 27. Local: Palácio Avenida – Avenida Luiz Xavier, 11, Centro.

Pastoral culpa governo federal por rombo em suas contas

ONG tem déficit de R$ 1,4 milhão e diz que maior problema é a demora da União em repassar parcelas de convênios
A demora do governo federal em pagar as parcelas do convênio com a Pastoral da Criança foi a principal razão de a organização não governamental (ONG) chegar ao fim do ano com um rombo de R$ 1,4 milhões nas suas contas. A coordenação nacional da entidade divulgou ontem, em Curitiba, o balanço anual registrando o déficit no caixa da instituição. A ONG é especializada em promover ações de saúde, educação e cidadania e trabalha em mais de 4 mil municípios brasileiros.
O coordenador nacional da entidade, Nelson Arns Neumann, criticou o excesso de burocracia imposto pelo governo nas liberações de recursos às ONGs. E disse que a moratória nos pagamentos da União às entidades, determinada pela presidente Dilma Rousseff no início do mês, só deve aumentar o problema. A moratória foi decretada após várias denúncias de irregularidades em convênios de ministérios com ONGs. Os pagamentos só serão retomados após uma auditoria em cada contrato.
Segundo Neumann, a opção por burocratizar de maneira excessiva a relação entre governo e ONGs é ineficiente e teria começado em 2007. Na época, o governo passou a exigir a aprovação das contas da primeira parcela repassada antes de fazer o segundo pagamento. Esse processo demora até seis mês, segundo Neumann. Ele disse também que a obrigatoriedade de apresentar as notas fiscais de todos os gastos da entidade gera um custo anual de R$ 300 mil para a Pastoral da Criança. “Pela amplitude de nossa atuação, em um único mês apresentamos perto de 16 mil notas fiscais. Dessas, 80% têm valor abaixo de R$ 100, com gastos urgentes. A intenção é a melhor, mas os efeitos práticos não deram resultado. Não resolveu o problema da corrupção e prejudicou as entidades que trabalham”, disse.
Neumann declarou que, ao contrário de várias entidades envolvidas em suspeitas de corrupção, a Pastoral da Criança é uma entidade realmente não governamental, que vive de doação de seus colaboradores. “Para cada real que o governo gasta com a Pastoral, a entidade coloca mais nove. Deixando de nos repassar dinheiro o país perde a nossa contrapartida social e o trabalho de prevenção de doenças que fazemos”, afirmou. Para Neumann, a “energia gasta pelo governo” cobrando mais burocracia, poderia ser usada para a fiscalização. Disse também que o problema da corrupção envolvendo o Estado e as ONGs só vai desaparecer quando punições severas forem aplicadas aos denunciados.“Quando alguém for preso, vai desencorajar as entidades que não são sérias”, disse. Neumann defendeu ainda que as entidades sociais deveriam ser tratadas com regras adequadas à sua realidade, especialmente ao tratar do compromisso com os resultados. “Não são as ONGs que estão fraudando o país. É uma pequena parcela [de instituições] ligada a políticos”. No dia assinatura do decreto que suspendeu por 30 dias os pagamentos as entidades não governamentais, o ministro da Contro­­ladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, citou a Pastoral da Criança como exemplo de ONG correta.

A todo momento ouvimos e vemos a Pastoral da Criança em atividade pelo Brasil e pelo mundo afora. As autoridades deveriam acordar para isso.