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10 de novembro de 2011

Chance de morte cai 30% com mamografia



Exame deve ser feito anualmente e consegue identificar tumores menores que um centímetro, quando a possibilidade de cura salta para 95%



Os especialistas são unânimes: a mamografia é o exame mais eficiente para identificar um câncer de mama logo no início. A precisão do procedimento impressiona. Mesmo as máquinas mais tradicionais têm uma eficiência de quase 98% na identificação de tumores e conseguem captar inclusive nódulos menores que um centímetro, o que garante 95% de probabilidade de cura.
“Esse é o único método que resultou em uma redução efetiva no número de óbitos por câncer de mama. Pesquisas internacionais mostram uma diminuição de até 30% nas chances de morte pela doença em mulheres que fazem a mamografia pelo menos anualmente”, explica a coordenadora do serviço de Radiologia da Mulher do Diagnóstico Avançado Por Imagem (Dapi) da Comissão Nacional de Mama do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), Linei Urban.
Mitos
Veja o que é verdade ou não quando o assunto é mamografia:
A radiação liberada pelo exame é perigosa e pode causar câncer.
Mito. A radiação usada na mamografia é muito baixa e não causa problemas. Para se ter uma ideia, ela não passa de 1,5 milirem, enquanto a dosagem máxima permitida, sem oferecer riscos à saúde, é de 3 milirem.
Mulheres com silicone nos seios não podem fazer mamografia.
Mito. Elas podem fazer o exame, mas é bom avisar o profissional sobre a cirurgia para que ele faça manobras específicas na hora da compressão da mama. E não é preciso se preocupar: ter silicone não faz com que o exame doa mais que o normal. Também não há risco de o implante se romper durante o procedimento.
Não é indicado usar desodorantes e cremes na região das mamas e da axila no dia do exame.
Verdade. Alguns produtos, principalmente desodorantes antitranspirantes, têm partículas que “brilham” durante o exame, o que confunde a visualização das imagens e pode encobrir lesões.
Mulheres grávidas não podem fazer mamografia.
Mito. Mulheres em qualquer período da gestação podem fazer o exame, mas devem alertar o médico para que sejam feitas técnicas de preservação do feto. Mesmo em casos de atraso menstrual – com possibilidade de gravidez –, o médico precisa ser avisado.
Modelos
Conheça os três principais tipos de mamografia à disposição em clínicas e hospitais:
Mamografia convencional
Próximo à área onde a mama é comprimida, há um filme que registra uma imagem do formato do seio e suas estruturas internas, da maneira semelhante a raios-X. Finalizado o exame, o filme é revelado, o que rende as chapas com os resultados. Se precisar ampliar ou clarear a imagem, é necessário tirar novas impressões.
Mamografia digital
Nela, as imagens das estruturas internas da mama são transmitidas de maneira digital para um computador e o profissional acompanha a visualização em um monitor, podendo arquivar, ampliar e clarear a imagem, além de transmiti-las para outros computadores. Esse método é mais eficiente na detecção de tumores em pacientes mais jovens (antes dos 40 anos) e oferece uma visualização melhor que o método tradicional, mas não se engane: a máquina emite uma quantidade de radiação igual à convencional e o método de compressão da mama é semelhante, o que garante o mesmo incômodo durante o exame.
Tomossíntese mamária
Método bastante recente, foi aprovado no ano passado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda existem poucos aparelhos desse tipo à disposição no Brasil. Chamada de mamografia 3D, utilliza o mesmo princípio das demais quanto à compressão da mama, mas, geralmente, a pressão é um pouco mais leve e o exame, menos incômodo. A diferença é que gera de 25 a 60 imagens da mama, em múltiplos ângulos e aproximações, no mesmo tempo e com a mesma dosagem de radiação das outras técnicas. Por oferecer uma qualidade de imagem maior, tem potencial para aumentar a precisão e rapidez do diagnóstico, sendo 15% mais eficiente na detecção precoce de tumores. Por enquanto, é associada à mamografia digital, mas novos estudos tentam verificar a efetividade da tomossíntese como único exame.
Mesmo com os bons resultados na detecção precoce de tumores, o exame ainda encontra resistência entre as mulheres. O maior problema é que um número considerável não faz a mamografia por considerar o procedimento doloroso. “Claro que é desconfortável e mesmo os métodos mais modernos geram um pouco de desconforto, mas é totalmente tolerável e nada que impeça a realização do exame”, comenta Giovanna Beatriz Nunes do Nascimento, diretora-clínica da Alphasonic Diagnóstico por Imagem.
Para quem foge da mamografia por medo do incômodo, Linei explica que a compressão da mama é necessária. “A intenção é não permitir que a ela se mova, o que prejudica a qualidade das imagens. Além disso, quanto mais plana ficar a mama no aparelho, me­­lhor fica a imagem. Ou seja: se a ma­­mografia não comprime a mama e não incomoda, provavelmente o exame não foi bem feito.”
Algumas dicas ajudam a tornar o momento do exame menos dolorido. “A mulher tem de tentar relaxar e não ficar muito tensa. Outra dica é não fazer o exame nos dias que antecedem a menstruação, mas sempre uma semana depois. Como a maioria sente um inchaço nos seios às vésperas de menstruar, o desconforto aumenta.”
Autoexame
Um erro comum é achar que, por fazer o autoexame regularmente e nunca ter identificado um nódulo, ou não apresentar qualquer sintoma, não é necessário realizar a mamografia todos os anos. “O câncer de mama não dói e a mulher só sente o nódulo quando ele já está grande. Quando a paciente diz que apalpou um tumor, a doença já está instalada e as chances de cura são de apenas 60% a 70%. Por isso, o ideal é não confiar inteiramente no autoexame e nunca abrir mão da mamografia”, diz o médico oncologista do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP) e do Hospital Erasto Gaertner João Antônio Guerreiro.
A recomendação é que todas as mulheres façam a mamografia anualmente a partir dos 40 anos. “Se ela tem história da doença na família, deve começar a partir dos 30 e pedir uma ressonância magnética das mamas para que o médico consiga um resultado mais aprofundado”, orienta o médico radiologista Aron Belfer, do CDB Premium.
Guerreiro explica que o histórico só é relevante se a mulher teve três episódios de câncer na família. “Se só a avó teve câncer de mama, a história é fraca e pode ser desconsiderada. Mas se, além da avó, ela tem uma prima com tumor no ovário e uma tia que teve câncer de intestino, aí merece atenção.”
Má distribuição compromete atendimento
Se na Europa a mamografia é apontada como responsável pela diminuição nos números de mortes em decorrência do câncer de mama, por sua capacidade de oferecer diagnósticos precoces, no Brasil o recuo nos índices não é tão perceptível, por uma série de motivos. “Os mamógrafos estão mal distribuídos, não têm a qualidade necessária e algumas regiões do país, como o Norte e o Nordeste, nem sequer contam com aparelhos suficientes”, explica a coordenadora da Comissão Nacional de Mama do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), Linei Urban.
Outra reclamação, segundo ela, está na falta de qualidade dos serviços oferecidos. “Não adianta só fazer a mamografia. A mulher precisa ter segurança de que o exame tem boa qualidade para confiar nos resultados.”
Controle de qualidade
Para ajudar as pacientes na escolha, o CBR criou um programa de qualidade em mamografia para avaliar e respaldar os serviços oferecidos no Brasil. A iniciativa avaliou a dosagem de radiação, a qualidade da imagem gerada e a qualificação dos profissionais. O resultado, segundo ela, foi assustador. “Somente 10% dos aparelhos obtiveram o selo de qualidade por enquanto.”
Para saber se o exame que você pretende fazer é de boa qualidade, a dica é ficar de olho no selo de qualidade emitido pelo CBR. No site da instituição (www.cbr.org.br) há uma lista com as clínicas que receberam o selo.
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Consumo diário de café reduz risco de câncer de pele, segundo estudo


Consumo diário de café reduz risco de câncer de pele, segundo estudo

O consumo diário de café reduz o risco de desenvolver basalioma, forma de câncer de pele mais frequente, segundo estudo publicado esta segunda-feira (24) nos Estados Unidos e que parece confirmar pesquisas anteriores feitas com ratos.
Segundo os autores do estudo, as mulheres que bebem mais de três xícaras de café por dia têm reduzido em 20% o risco de desenvolver basalioma (carcinoma de células basais) em comparação com aquelas que consomem pouco ou nenhum café.
Para os homens, que parecem se beneficiar menos deste efeito protetor, ainda por razões desconhecidas, consumir mais de três xícaras de café por dia reduz em pelo menos 9% o risco de desenvolver câncer de pele.
A pesquisa, apresentada durante conferência da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer (AACR, na sigla em inglês) em Boston (Massachusetts, nordeste), mostra que quanto mais café se consome mais se reduz o risco de basalioma. Os autores do estudo se disseram surpresos com os resultados.
Embora já se tivesse observado uma relação entre a cafeína na forma de unguento e a diminuição do risco de câncer de pele, estudos epidemiológicos não tinham demonstrado este vínculo claramente.
"Nosso estudo indica que o consumo de café pode ser uma opção importante para ajudar a prevenir o câncer de pele", disse Fengju Song, um dos autores da pesquisa.
Com quase um milhão de novos casos de basalioma diagnosticados a cada ano nos Estados Unidos, fatores alimentares como o consumo diário de café, inclusive com modestos efeitos protetores, pode ter um grande impacto na saúde pública, informaram os cientistas.
A pesquisa foi feita com dados de dois estudos, um com 72.921 participantes entre 1984 e 2008 e o segundo com 39.976 pessoas entre 1986 e 2008.
Esta não é a primeira vez que se atribuem propriedades anticancerígenas ao café. Em maio deste ano, outro estudo feito pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard descobriu que os homens que bebem seis xícaras de café por dia reduzem em 20% o risco de desenvolver câncer de próstata.