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16 de novembro de 2011

Marcha contra a corrupção reúne 150 manifestantes em Curitiba

Movimento ocorreu em diversas cidades brasileiras neste feriado da República. Em Curitiba, encontro foi na Praça Santos Andrade, às 13 horas


15/11/2011 | 15:05 | Elisa Lopes, especial para a Gazeta do Povo
O feriado de Proclamação da República, nesta terça-feira (15), foi escolhido para diversas manifestações contra a corrupção em todo o Brasil. Em Curitiba, mesmo com chuva, cerca de 150 manifestantes se reuniram, por volta das 13 horas, na escadaria da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade. Eles iam em direção à Câmara Municipal de Curitiba.

O movimento - apartidário -, que nasceu nas redes sociais, foi organizado pelos Anonymous . Na página do evento no Facebook, mais de 600 pessoas estavam confirmadas para a marcha desta terça, que teve como objetivo reunir indignados com os políticos, com a opressão, pessoas que se sentem manipuladas pelos meios de comunicação e cidadãos que querem mudanças.
Na última marcha organizada contra a corrupção, também em um feriado, no dia 12 de outubro, cerca de 600 pessoas estiveram presentes em Curitiba.

Câmara autorizou a renovação do contrato, diz mulher de Derosso

Alguém será punido nesta história?? 


A jornalista Cláudia Queiroz Guedes, mulher do presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), disse ontem ter consultado a procuradoria jurídica da Casa antes de realizar a renovação do contrato de sua empresa com o Legislativo municipal, quando já era casada com o dirigente da Casa. Dona da agência de propaganda Oficina da Notícia, Cláudia venceu uma licitação para prestar serviços de publicidade para a Câmara em 2006. Até o início deste ano, ela administrou R$ 5,1 milhões da verba publicitária da Casa.
A declaração de Cláudia foi dada ontem em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara.
A renovação do contrato é um dos pontos mais polêmicos de toda a crise na Câmara de Curitiba. Em 2008 e 2009, a Câmara prorrogou um contrato que tinha com a empresa sabendo que a proprietária tinha relação afetiva com Derosso. Em 2006, data da licitação, os dois alegam que ainda não estavam juntos.
Cláudia, que compareceu ontem acompanhada do advogado Marcelo Ciscato, disse que já previa que sua relação com Derosso poderia gerar questionamentos sobre a prorrogação dos contratos. Entretanto, ela diz ter consultado tanto os procuradores da Casa quanto o advogado José Cid Campêlo Filho, e que ambos teriam dado aval para a renovação. De acordo com a jornalista, como o contrato estava sendo executado a contento e como seu relacionamento com Derosso começou depois da licitação, os advogados entenderam que não existiam motivos para não prorrogá-lo. A CPI requisitou a apresentação desses pareceres.
Procurado pela reportagem, Cid Campêlo confirmou que foi procurado pela jornalista. No entanto, ele afirmou que, em razão do sigilo profissional, não pode comentar o caso.
Funcionária
No depoimento, Cláudia confirmou ainda que trabalhou na Câmara como funcionária comissionada entre fevereiro e abril de 2006, prestando assessoria às comissões. Ela teria sido indicada para o cargo pelo ex-vereador Luiz Ernesto (PSDB). De acordo com seu depoimento, ela ficou sabendo da licitação pelo jornal Diário Popular enquanto era funcionária, e pediu sua exoneração para participar do processo. Ela disse também desconhecer que a lei proíbe a participação de servidores em licitações lançadas pelos órgãos públicos nos quais trabalham.
Cláudia disse ainda que a decisão de incluir serviços de publicidade na razão social de sua empresa aconteceu antes de ela decidir participar da licitação. Segundo a jornalista, a empresa estava crescendo e já prestava esse tipo de serviço, e começou o processo de mudança em janeiro de 2006. Segundo relatório do Tribunal de Contas do Paraná (TC), a empresa mudou sua razão social para poder prestar serviço de publicidade 21 dias antes do início da licitação. Antes, a empresa era uma assessoria de comunicação.
A jornalista afirmou ainda que a empresa dela fazia informes, editais e até reportagens para serem publicadas, mediante pagamento da Câmara, em diversos veículos de comunicação da capital. De acordo com ela, a decisão sobre quais veículos receberiam dinheiro da Câmara era tomada pela Oficina da Notícia e pela administração da Casa.
Ela afirmou que havia veículos indicados pelos vereadores para receber publicidade da Casa, mas que nenhum deles, nem mesmo Derosso, entrava em contato diretamente com a empresa dela. De acordo com a jornalista, cabia aos diretores administrativos da Câmara, Relindo Schlegel e João Carlos Milani, fazer essa intermediação. Cláudia destacou que toda a relação da empresa dela com a Câmara era feita com a direção administrativa, sem envolver a presidência e os outros vereadores.

Rio desponta e supera Curitiba como modelo de transporte.


É preciso recuperar a identidade de Curitiba e faze-la voltar o que era..Referência mundial.







A ideia de que Curitiba é a cidade brasileira referência em transporte coletivo parece estar ficando de vez para trás. No 18.º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, realizado em outubro, os holofotes saíram de Curitiba e se dirigiram para o Rio de Janeiro. Pela primeira vez, ao invés de ser alvo de elogios e ser citada como modelo para outras cidades, como é comum em eventos desse tipo, a capital paranaense passou a ser referenciada como sinônimo de problemas.
“Curitiba está num patamar desatualizado”, afirma o diretor da Associação Nacional das Empresas de Transportes Ur­­banos, Marcos Bicalho dos Santos. Some-se a isso o fato de o Rio ter sido apon­­tada recentemente como a cidade brasileira com o melhor indicador de mobilidade sustentável, desbancando justamente... Curitiba
O estudo divulgado recentemente pelo portal Mobilize Brasil mostra que, numa escala de 0 a 10, o Rio de Janeiro ficou em primeiro lugar, com um indicador 7,9 em mobilidade, seguido de Curitiba, com 7. A pesquisa analisou índices relacionados ao uso de transporte coletivo, acessibilidade, violência no trânsito, ciclovias e tarifa de ônibus.
Curitiba obteve nota máxima em dois dos cinco índices analisados (veja ao lado), mas perdeu feio quanto à quantidade de deslocamentos feitos por transporte individual. Neste, que é um dos índices mais importantes quando se fala em mobilidade urbana, Cu­­ritiba ficou em 6.º lugar, na frente apenas de Cuiabá e São Paulo. Enquanto no Rio apenas 13% do total de deslocamentos são feitos por meio de transporte individual, como carro e motocicleta, em Curitiba esse porcentual é de 27%.
De acordo com os especialistas, esses números revelam algo que, no dia a dia, o curitibano está careca de saber: o transporte coletivo da cidade deixou de ser atrativo. Isso significa dizer que se houver opção, o curitibano não pensa duas vezes: usa carro ou moto, em vez de ônibus. Ao contrário do que a pesquisa parece mostrar em relação ao Rio.
Para a gestora do programa de mobilidade urbana da Urbs (em­­presa que administra o transporte na capital paranaense), Olga Prestes, o transporte individual acaba sendo mais usado em Cu­­ri­tiba do que no Rio porque aqui ainda há possibilidade de circular mais facilmente de carro e moto. “No Rio, as pessoas não usam carro porque não querem ficar paradas no trânsito”, pondera.
Já para Santos, o problema na capital paranaense é que o sistema de transporte coletivo anda dando mostras de saturação e, por isso, acaba afugentando usuários. Seria possível uma sobrevida, segundo ele, se a cidade apostasse em medidas simples, como a implantação de pista de ultrapassagem em todos os eixos do biarticulado e de sistemas de ITS (sigla em inglês para Sistemas Inteligentes de Transporte).
A Urbs responde dizendo que é justamente essa a proposta para a cidade. Além de expandir o sistema de ultrapassagem nos eixos de transporte, cerca de R$ 70 milhões serão investidos em ITS. Com a ajuda de câmeras espalhadas pela cidade e um centro de operações, painéis nas vias, nas estações-tubo e em terminais vão trazer informações em tempo real sobre o sistema de trânsito e transporte para o usuário. A primeira fase deste projeto, focado no Anel Central, será inaugurado dia 29 de março de 2012, data do aniversário de Curitiba.
Olímpíada e Copa ajudam capital carioca
Não que o transporte do Rio de Janeiro ande às mil maravilhas. Mas, enquanto Curitiba ensaia um declínio, o Rio parece estar em ascensão. A pesquisa do portal Mobilize Brasil mostrou esse fenômeno e afirma que Curitiba, outrora referência mundial, agora anda “tropeçando”. Já o Rio, de acordo com o estudo, “tem um dos planos mais ambiciosos do país para recuperar a mobilidade”.
Na abertura do 18.º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, no mês passado, o diretor da regional Rio da Associação Nacional de Transporte Público, Wiliam Alberto Pereira, fez questão de lembrar: “O Rio está em obras”. E está mesmo. Os investimentos do governo federal, estadual e municipal em mobilidade na cidade que sediará a conferência Rio+20, a final da Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 são estimados em R$ 11 bilhões.
Pudera. Incrustado entre o mar e as montanhas, o Rio sofre com congestionamentos que roubam até cinco horas diárias de seus moradores. A ideia é mudar isso a partir de uma única receita: investimento em transporte coletivo. Segundo o secretário municipal de transporte e trânsito do Rio, Ale­xandre Sansão, a intenção é aumentar a capacidade de transporte coletivo carioca de 1,5 milhão de passageiros/dia para 4 milhões.
O Rio, entretanto, não só fez a opção de investir em transporte coletivo como também na integração de diversos modais, o que é aplaudido de perto por especialistas da área. Em uma só tacada, a cidade pretende construir quatro eixos de Bus Rapid Transit (BRT), dois deles já em obras, sistema inspirado no modelo curitibano de ônibus em faixa segregada, com embarque e pagamento de passagem antecipados.
Estão no planejamento, ainda, 20 Bus Rapid System (BRS), sistema inspirado no BRT, mas mais simplificado, já que prevê apenas faixa de ônibus preferencial – parte dos BRS do Rio, como os de Copacabana, Lebron e Ipanema, já está em funcionamento. Há ainda a ampliação do metrô, o projeto de uma linha turística em Veículo Leve sobre Trilhos, melhoria das vias férreas de trens urbanos, adaptação de ônibus, a ampliação da malha cicloviária para 300 quilômetros até 2012 (Curitiba pretende chegar a 400 quilômetros, mas ainda não há previsão de data) e um algo a mais, que parece estar colocando os cariocas na vanguarda.
É que além de investir nisso tudo, o Rio tem buscado soluções criativas para resolver problemas bem locais. Exemplo disso é a integração do sistema de transporte às barcas, ao teleférico do Complexo do Alemão e ao elevador urbano de alta capacidade do Morro do Cantagalo.