Desgraça alheia
Nem o sonho, nem a salvação. O Atletiba que prometia ser histórico transformou-se em frustração coletiva. Atleticanos e coxas-brancas cúmplices na incapacidade de cumprir seus objetivos. O tão esperado clássico de ontem decretou ao Rubro-Negro um 2012 no segundo escalão e ao Alviverde nova chance desperdiçada de alcançar a América.Dez anos após tornar-se a sensação nacional com um modelo de gestão e o título brasileiro no estádio mais moderno do país, o Atlético sucumbiu. Caiu em casa e levou consigo para a Série B a fanática torcida.
Um desavisado, porém, estranharia o cenário na Arena. Atleticanos rebaixados e comemorando? Só num Atletiba é possível. O sabor de destruir o objetivo do rival provocou uma euforia no lado vermelho e preto.
Apesar da tristeza e enquanto muitos choravam o descenso definido antes mesmo da partida, os quase 15 mil atleticanos (público total de 17.754) vibravam e provocavam em um uníssono “Ô, o sonho acabou”, voltado para o setor adversário. Foi a honra que restou.
Apesar da alegria pela queda do rival, a realidade foi dura de engolir pelos coxas-brancas, que entraram em campo dependendo apenas de si para sacramentar a vaga. Vantagem diluída na superioridade tática dos anfitriões e por uma surpreendente apatia. “Estamos tristes, naturalmente. O Atlético jogou bem e mereceu a vitória. Não conseguimos marcar e não conseguimos jogar também”, reconheceu o técnico Marcelo Oliveira, cuja escalação e alterações deixaram o time confuso, distante e sem dinâmica de jogo.
O resultado esfriou uma possível ira rubro-negra e a decepção desanimou os coxas-brancas. O receio diante das possíveis reações das torcidas desencadeou a maior operação de segurança já montada no estado.
A vitória do Atlético ainda serviu para derrubar um incômodo jejum diante do tradicional oponente – a primeira também da gestão Marcos Malucelli, prestes a terminar. O Furacão não batia o Coritiba na Arena há exatos 3 anos e 7 meses. O último triunfo também não trouxe boas recordações, pois apesar dos 2 a 1 o Coxa levou o título paranaense no Joaquim Américo.
Desta vez, refém do Cruzeiro e do Ceará, juntos na inglória batalha contra a queda, o Furacão não escapou em nenhum momento. A Raposa, que precisava perder, arrasou o Atlético-MG em uma suspeita goleada por 6 a 1, na opinião do jogador Cléber Santana.
O pesadelo atleticano sacramentado ontem começou há tempos, num flerte perigoso com a Segundona temporada atrás de temporada. Este ano, em uma sucessão de deslizes. Seis técnicos, 50 jogadores e 38 rodadas fincado na zona de rebaixamento.
“Faltou planejamento desde o início, tivemos muitas trocas de treinadores. A responsabilidade é de todo mundo e não só de quem ficou. Tivemos muitos jogadores irresponsáveis, que foram embora e também precisam ser julgados”, cobrou, abatido, o meia Paulo Baier, também aliviado por vencer seu primeiro Atletiba. Ainda em campo, o capitão assumiu fazer o caminho de volta à elite. “Sou o primeiro a ficar.”
Quem o acompanhar vai encarar uma realidade distante do clube desde 1996. Pela frente, adversários como ASA, CRB, Boa Esporte. Para piorar, o incômodo de jogar longe de casa, com o fechamento da Arena para obras da Copa de 2014.
Tcheco chora e nega aposentadoria
Se a vaga poderia representar uma prorrogação imediata na carreira, o resultado de ontem deixou incerto o futuro de Tcheco. O meia coxa-branca chorou a perda da classificação para Libertadores e adiou o anúncio sobre se permanece no Alto da Glória ou abandona o futebol.
“Eu ainda vou ver o que quero pra mim realmente. Vou conversar com o Felipe [Ximenes, superintendente]. Não tenho muita pressa para resolver minha situação. Ainda não foi tomada minha decisão”, afirmou o atleta após o clássico.
Abatido, ele reconheceu a inferioridade do Coxa diante do rival já rebaixado. “O Coritiba poderia ter jogado muito mais. Hoje [ontem] era um campeonato à parte. Parecia que era o Atlético que estava brigando por Libertadores. Eu sou muito crítico e me cobro muito”, analisou Tcheco. Ele entrou no segundo tempo, mas não conseguiu dar a dinâmica necessária para o clube reagir.
“Que esse ano sirva de lição para quem ficar aqui porque íamos ter um calendário recheado no ano que vem. Vamos tentar um desempenho melhor no próximo ano”.
Se a vaga poderia representar uma prorrogação imediata na carreira, o resultado de ontem deixou incerto o futuro de Tcheco. O meia coxa-branca chorou a perda da classificação para Libertadores e adiou o anúncio sobre se permanece no Alto da Glória ou abandona o futebol.
“Eu ainda vou ver o que quero pra mim realmente. Vou conversar com o Felipe [Ximenes, superintendente]. Não tenho muita pressa para resolver minha situação. Ainda não foi tomada minha decisão”, afirmou o atleta após o clássico.
Abatido, ele reconheceu a inferioridade do Coxa diante do rival já rebaixado. “O Coritiba poderia ter jogado muito mais. Hoje [ontem] era um campeonato à parte. Parecia que era o Atlético que estava brigando por Libertadores. Eu sou muito crítico e me cobro muito”, analisou Tcheco. Ele entrou no segundo tempo, mas não conseguiu dar a dinâmica necessária para o clube reagir.
“Que esse ano sirva de lição para quem ficar aqui porque íamos ter um calendário recheado no ano que vem. Vamos tentar um desempenho melhor no próximo ano”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário