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18 de dezembro de 2011

Pesquisa indica disputa acirrada pela prefeitura entre 3 candidatos

Levantamento mostra leve vantagem de Fruet sobre Ratinho Júnior, que está pouco à frente de Ducci. Considerando a margem de erro, os três estão tecnicamente empatados
A eleição para a prefeitura de Curitiba em 2012 deve ser muito acirrada. É o que mostra um levantamento de opinião feito pelo Instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo. A pesquisa ouviu eleitores entre os dias 4 e 8 de dezembro.
O ex-deputado federal Gustavo Fruet, que em setembro trocou o PSDB pelo PDT, aparece na frente em todos os quatro cenários pesquisados, com variação de 20,3% a 28,5% das intenções de voto. Mas está praticamente empatado com o deputado federal Ratinho Júnior (PSC), com índices variando de 18,9% a 27,7%. O prefeito Luciano Ducci (PSB) está em ligeira desvantagem em relação aos outros dois. Tem entre 16,3% e 22,7%. Mas, considerando a margem de erro da pesquisa (3,5 pontos porcentuais para mais ou para menos), os três estão tecnicamente empatados (veja os resultados ao lado).
Fruet apresenta um desempenho melhor entre os eleitores homens e os que tem ensino superior. Ratinho tem mais votos entre as mulheres e as pessoas que cursaram apenas o ensino fundamental. Ducci consegue mais destaque entre as mulheres e as pessoas com ensino médio completo.
O cenário em que os três menos teriam votos é aquele com políticos conhecidos que já disputaram a prefeitura: Angelo Vanhoni (PT), Rubens Bueno (PPS) e Rafael Greca (PMDB). O cenário em que mais teriam votos seria aquele sem candidato do PT, partido que pode vir a apoiar Fruet.
Crescimento
Da última pesquisa divulgada pela Gazeta do Povo, em maio, para a nova sondagem, quem mais cresceu na intenção de voto dos curitibanos foram os dois principais concorrentes de Fruet. Na ocasião, o ex-tucano aparecia com 25%, Ra­­­tinho com 16% e Ducci com 13%. No levantamento anterior, porém, a Paraná Pesquisas havia medido a intenção de voto num cenário incluindo a então senadora Gleisi Hoffmann (PT). Ela aparecia em segundo lugar, com 22%. A possibilidade de Gleisi concorrer à prefeitura se tornou nula depois que ela assumiu a Casa Civil do go­­­ver­­no de Dilma Rousseff, em junho.
Para o diretor da Paraná Pes­­­quisas, Murilo Hidalgo, o levantamento anterior mostrava uma força maior de Fruet. “Havia o re­­­call [lembrança] da eleição para o Senado [cargo ao qual Fruet concorreu]. Agora ele se mantém à frente. Mas Ratinho e o prefeito ganharam terreno”, avalia. Para Hidalgo, a atual pesquisa aponta para uma definição da eleição apenas no segundo turno.
Mas Hidalgo avalia que Ducci e Ratinho podem crescer mais daqui para frente. “O Ratinho, como é deputado e radialista, tem condições de se manter em evidência. O prefeito tem a visibilidade toda do cargo, para o bem e para o mal. Ele aparece, pode inaugurar obras. O Fruet está em desvantagem nesse quesito [já que não tem mandato].”
O cientista político Ricardo Oliveira, da UFPR, pondera que Fruet conseguiu manter um bom ín­­­dice ao longo destes meses, mesmo sem cargo. “A saída dele do PSDB para o PDT não alterou a grande popularidade que tem.”
O cientista político Luiz Domin­­­gos Costa, professor da Uninter, ressalta que Ducci conseguiu um crescimento expressivo, apesar das investigações envolvendo a Câmara Municipal e o presidente licenciado da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB). “A pesquisa mostra a exposição que ele está buscando e a blindagem que coneguiu contra qualquer crise na Câmara. As denúncias contra Derosso, que é do PSDB, até ajudam, pois não são contra o partido do Ducci.”
Disputa a dois
No 2º turno, pedetista venceria
Em um eventual segundo turno para definir o próximo prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) venceria os confrontos contra Luciano Ducci (PSB) e Ratinho Júnior (PSC). Se a eleição fosse hoje, o pedetista teria entre seis e oito pontos de vantagem, respectivamente. A possibilidade de a decisão ficar para a segunda etapa é grande, segundo o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.
Se a disputa do segundo turno ocorresse entre Ratinho e Ducci, o vencedor seria decidido por uma diferença mínima de votos. Eles aparecem tecnicamente empatados: 42,7% para o atual deputado federal e 42,5% para o prefeito.
Na hipótese de Fruet disputar o segundo turno com Ducci, os eleitores de Ratinho se dividiriam, e tanto o pedetista como o prefeito receberiam votos. Mas, se Ratinho e Ducci protagonizassem a disputa final, Ducci receberia boa parte dos votos (50%) que no primeiro turno seriam de Fruet, mas uma parte menor (37,9%) iria para Ratinho.
Caso o prefeito ficasse de fora do segundo turno, o grande beneficiado seria Fruet, que abocanharia 56,5% dos eleitores de Ducci. Ratinho ficaria com 31%.
“Esses cenários mostram que o eleitor de Ducci e do Ratinho não são muito fiéis. Até a eleição, o voto dessas pessoas pode pular para um lado ou outro, e também vai depender do desempenho do prefeito durante a campanha”, observa o cientista político Luiz Domingos Costa, do Uninter. Segundo ele, Ducci ainda não enfrentou situações de debate ou confronto ou assuntos mais delicados. “O eleitor do Ratinho também tende a vê-lo como o político que providencia uma ambulância, ou alguma coisa de assistência. Mas é preciso vê-lo debatendo algum grande tema.”
Richa transfere mais votos
Independentemente do desempenho de cada pré-candidato, o apoio de alguns “caciques” será importante na definição do voto do curitibano.
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Ala majoritária do PT decide apoiar Fruet
Resolução só poderá ser oficializada em junho. Ministro Paulo Bernardo reconheceu que o partido negociava com o ex-tucano antes de ele deixar o PSDB.
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Desistência de Ratinho mudaria o rumo da campanha
A confirmação da candidatura do deputado federal Ratinho Júnior (PSC) à prefeitura de Curitiba é o principal questionamento político da cidade. De acordo com as fontes ouvidas pela Gazeta do Povo, apesar da disposição dele em concorrer, há grandes chances de ele retirar seu nome da disputa.

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