Sucessão de Derosso já tem lista de sete pré-candidatos
Votação será realizada na próxima segunda. PSDB, partido do ex-presidente, quer manter o comando. Mas encontra oposição interna
Um nome que surge com força na disputa é o de João do Suco, líder do prefeito na Casa. O parlamentar tucano não compareceu à sessão de ontem, mas seu nome foi cogitado para a disputa por vereadores da situação e da própria oposição. O presidente do PSDB de Curitiba, Fernando Ghignone, disse que em princípio o partido deve lançar candidato próprio para a presidência da Casa – a legenda tem 13 vereadores, a maior bancada da Casa. Apenas outro tucano disse que pretende concorrer – Professor Galdino.
O presidente interino da Casa, Sabino Picolo (DEM), se colocou à disposição para participar da disputa. “Vou aguardar a manifestação dos vereadores, mas meu nome está à disposição”, afirmou.
A bancada de oposição, formada pelo PT, PMDB e PV, deve lançar Paulo Salamuni (PV). “Sou vereador há seis mandatos e nunca participei da mesa”, disse ele. Embora os três partidos somem apenas 6 dos 38 vereadores, o vereador acredita que pode engordar a lista com partidos mais independentes, caso do PPS, PSC e PDT. “Esses pequenos apoios começam a fazer a diferença”, afirmou Salamuni.
Membro da mesa-executiva, Caíque Ferrante (PRP) disse que a presidência da Casa o agrada. “Meu nome está sendo cogitado. Há uma série de conversações sobre o assunto. Por ser um mandato curto, é interessante que seja alguém com experiência”, diz. Juliano Borghetti (PP) se colocou à disposição. Já Dirceu Moreira (PSL) até iria oficializar sua candidatura na tribuna, mas a sessão acabou antes que ele pudesse fazê-lo.
Proposta
Embora as articulações tenham apenas iniciado, os vereadores esperam que o mandato tampão mude o perfil da Casa. “Espero que a mudança oxigene a Câmara”, disse o líder da oposição, Jonny Stica (PT). “Não abro mão de que seja alguém sem qualquer tipo de bagagem negativa”, afirmou Roberto Hinça (PSD).
A esperança é que um novo nome possa melhorar a imagem da Câmara. “Um candidato neutro, não ligado à oposição ou situação, seria ideal”, disse Renata Bueno (PPS). Paulo Frote afirmou que o PSDB deve evitar a disputa. “Se [o PSDB] participar, os boatos de que o Derosso influencia o novo presidente vão persistir.”
Após 15 anos, Derosso deixa o comando da Câmara de Curitiba
Tucano não resistiu à perda de apoio do PSDB e dos vereadores aliados. Apenas cinco colegas de Casa não haviam assinado pedido de renúncia.Para especialistas, renúncia pode não afetar reeleição do tucano
Rogerio Waldrigues Galindo
Analistas ouvidos pela Gazeta do Povo afirmam que, mesmo enfraquecido, João Cláudio Derosso (PSDB) pode ter mantido a base de seus eleitores mais ou menos intacta para as eleições de outubro, quando tentará novo mandato como vereador. Segundo eles, a disputa pelo poder dentro na Câmara pode não ter impacto direto sobre a eleição municipal.
Segundo a cientista política Luciana Veiga, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o principal trunfo de Derosso para conseguir um novo mandato são as obras que levou para os bairros em que atua, como o Xaxim, no Sul de Curitiba. “As pesquisas mostram que a principal função de um parlamentar, na cabeça do eleitor, é levar recursos e obras para a sua região. Se os eleitores estiverem satisfeitos com a atuação dele nesse sentido, é muito provável que ele se reeleja”, afirma.
O professor de Ciência Política Fabrício Tomio, também da UFPR, diz que a própria renúncia de Derosso pode ser um movimento inteligente para garantir a sua reeleição. “Desse modo, ele sai do holofote, tira a atenção de cima dele. A renúncia pode ter sido um cálculo dele pensando na preservação de seu poder no futuro”, opina o professor.
Sobre o efeito que a renúncia pode ter na Câmara, os especialistas dizem que a mudança deve ser modesta, e ocorrer mais no médio e longo prazo. “É claro que a Câmara não vai mudar da noite para o dia pela simples substituição do presidente. Mas é provável que, daqui para a frente, os integrantes da Mesa Executiva passem a ter um cuidado adicional com as medidas que vão tomar no exercício do cargo”, diz Tomio.
Para Luciana Veiga, o caso Derosso pode ser prova de como a “responsabilização” dos políticos é possível de ocorrer, mesmo num cenário em que normalmente as pessoas acreditam ser permeado pela impunidade. “Essa cobrança feita pelas outras instituições, como Tribunal de Contas, Ministério Público e pela imprensa é importante. O outro modelo de responsabilização é o que parte do eleitor”, explica a cientista política.
Analistas ouvidos pela Gazeta do Povo afirmam que, mesmo enfraquecido, João Cláudio Derosso (PSDB) pode ter mantido a base de seus eleitores mais ou menos intacta para as eleições de outubro, quando tentará novo mandato como vereador. Segundo eles, a disputa pelo poder dentro na Câmara pode não ter impacto direto sobre a eleição municipal.
Segundo a cientista política Luciana Veiga, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o principal trunfo de Derosso para conseguir um novo mandato são as obras que levou para os bairros em que atua, como o Xaxim, no Sul de Curitiba. “As pesquisas mostram que a principal função de um parlamentar, na cabeça do eleitor, é levar recursos e obras para a sua região. Se os eleitores estiverem satisfeitos com a atuação dele nesse sentido, é muito provável que ele se reeleja”, afirma.
O professor de Ciência Política Fabrício Tomio, também da UFPR, diz que a própria renúncia de Derosso pode ser um movimento inteligente para garantir a sua reeleição. “Desse modo, ele sai do holofote, tira a atenção de cima dele. A renúncia pode ter sido um cálculo dele pensando na preservação de seu poder no futuro”, opina o professor.
Sobre o efeito que a renúncia pode ter na Câmara, os especialistas dizem que a mudança deve ser modesta, e ocorrer mais no médio e longo prazo. “É claro que a Câmara não vai mudar da noite para o dia pela simples substituição do presidente. Mas é provável que, daqui para a frente, os integrantes da Mesa Executiva passem a ter um cuidado adicional com as medidas que vão tomar no exercício do cargo”, diz Tomio.
Para Luciana Veiga, o caso Derosso pode ser prova de como a “responsabilização” dos políticos é possível de ocorrer, mesmo num cenário em que normalmente as pessoas acreditam ser permeado pela impunidade. “Essa cobrança feita pelas outras instituições, como Tribunal de Contas, Ministério Público e pela imprensa é importante. O outro modelo de responsabilização é o que parte do eleitor”, explica a cientista política.
Fonte ..Gazeta do Povo.
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