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23 de dezembro de 2011

73% dos curitibanos não agem para reduzir produção de lixo.Isso é grave,muito grave.






Pesquisa mostra que maioria faz a seleção de recicláveis, mas preocupação com o consumo consciente ainda é ignorada pelos habitantes
O bordão “lixo que não é lixo, não vai pro lixo”, difundido a partir de 1989 pela prefeitura municipal de Curitiba, ajudou a motivar os habitantes da capital a separar materiais recicláveis. Mas esse e outros programas ambientais que vieram depois ainda não foram capazes de sensibilizar a população para a necessidade de reduzir a quantidade de lixo produzido.                                                                   
Um levantamento feito pela Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo aponta que 82% dos        entrevistados colaboram com a coleta seletiva, mas 73% admitem que não fazem esforços para diminuir a produção de resíduos.                                                                                                                              
A professora Ana Flavia Locateli Godoi, do departamento de Enge­­nharia Ambiental da Univer­­sidade Federal do Paraná, acredita que falta disciplina ao curitibano para realizar uma transformação. Para os especialistas, reduzir a produção de lixo é hoje mais importante que reciclar, pois além de deixar de colocar mais resíduos em circulação, a medida também evita gastos de matéria-prima – como água e energia –, utilizadas na recuperação desses materiais.
Ana Flavia assinala que a busca pela redução de lixo pode avançar mais entre os grandes produtores de rejeitos, como empresas e indústrias. “A única saída é a da estratégia poluidor-pagador, ou seja, quem gera mais resíduo deve pagar por isso. Isso existe em vários países da Europa”, comenta.
Gerente municipal de limpeza, a engenheira Gisele Taborda Ribas acredita que reduzir a produção de lixo é mais difícil que realizar a separação porque exige repensar e se abdicar de alguns hábitos. Apesar disso, ela cita que muitos reduziram a produção de lixo mesmo sem perceber. “Ao usar a xícara em vez de copinho plástico ou não pedir sacolas em supermercados”, exemplifica.
Consciente
Para Leny Toniolo, assessora técnica de educação ambiental da prefeitura de Curitiba, a aposta para a redução de lixo deve mirar no consumo consciente. “A pessoa deve se perguntar sobre a necessidade ou não de comprar determinados produtos: muitos vêm em uma embalagem, dentro de uma caixa, em uma sacola”, diz ela, que assinala a necessidade de campanhas dirigidas com mais ênfase ao público jovem. “Na população adulta, os hábitos já estão arraigados. O processo de educação para cuidar do lixo é lento e os resultados não vem em curto prazo”, diz.
Pesquisa
Poucos sabem para onde vai o lixo
O levantamento feito pela Paraná Pesquisas mostrou também que 76% dos entrevistados não sabem para onde é levado o lixo recolhido. “É muito cômodo colocar o saco na frente de casa e esperar que o caminhão da prefeitura magicamente resolva nosso problema”, diz a professora Ana Flavia Locateli Godoi, do departamento de Engenharia Ambiental da UFPR. Ela defende que todos os cidadãos visitem pelo menos uma vez o aterro sanitário ou uma usina de reciclagem. “Assim, compreenderiam o longo caminho do lixo até seu destino”, comenta.
A gerente municipal de limpeza, Gisele Taborda Ribas, reconhece que falta divulgação sobre o destino do lixo, mas que muitas pessoas o separam de forma errada. “Não adianta separar e depois colocar os sacos juntos, pois o caminhão compactador não faz a seleção”, conta.
Nos vários projetos da prefeitura – que incluem, por exemplo, o Câmbio Verde, que troca lixo reaproveitável por alimentos –, são recolhidas 100 toneladas de recicláveis diariamente. É o dobro do coletado há quatro anos. A prefeitura avalia que a participação da população tem aumentado nos últimos anos. Enquanto o volume de lixo comum aumentou 15% em quatro anos, nesse período o montante de recicláveis coletados duplicou.
Contudo, Curitiba ainda está longe de reaproveitar tudo o que pode do lixo recolhido nas casas e empresas pelos caminhões da prefeitura. A quarta parte do que é coletado como lixo comum – 1.557 toneladas diárias –, também poderia ser reciclado. Ou seja, poderiam se somar às 100 toneladas diárias recicláveis recolhidas pela prefeitura mais 390 toneladas.
Carrinheiros
Não são os caminhões da prefeitura que recolhem a maior quantidade de recicláveis na capital. Cerca de 445 toneladas são coletadas diariamente pelas centenas de carrinheiros que percorrem a cidade.
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