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2 de fevereiro de 2012

Eleições municipais vão influenciar trabalhos na Alep

Deputados retornam hoje do recesso, mas disputas municipais podem comprometer a agenda na Casa. 21 parlamentares são pré-candidatos a prefeito
A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) volta hoje aos trabalhos em uma sessão de abertura solene, quando o governador Beto Richa (PSDB) fará prestação de contas da gestão de 2011. Os deputados paranaenses voltam para mais um ano legislativo que deve sofrer influência direta das eleições municipais de outubro. Além de 21 parlamentares pré-candidatos às prefeituras, as eleições municipais tendem a criar bases de apoio para os deputados que vão buscar a reeleição em 2014. Mesmo que os políticos não confirmem, a partir de julho, os trabalhos da Casa podem ser comprometidos.
O presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), já admite a possibilidade de flexibilizar as sessões para favorecer o interesse dos parlamentares no pleito de outubro, mas nega um esvaziamento no segundo semestre. De acordo com ele, com uma dose de “boa vontade”, é possível diminuir a interferência eleitoral nesta legislatura. “Nós vamos ter o número normal de sessões, como se não houvesse eleição. Mas podemos flexibilizar os horários, com encontros pela manhã ou noite. De jeito nenhum, haverá diminuição do trabalho”, garante.
O líder da oposição na Alep, deputado Enio Verri (PT), afirma que o ano eleitoral dificulta a apresentação de projetos polêmicos. “Não acredito que o Executivo vá pautar o Legislativo neste ano”, diz. Opinião semelhante a do professor de Ciência Política David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB). “Projetos importantes precisam de tempo para debate. Haverá concentração de votações consensuais”, esclarece. Uma das possíveis polêmicas é a criação de um mecanismo para regularizar o funcionamento do Es­­­critório de Representação Po­­­lítica do governo do estado em Brasília, em razão de irregularidades encontradas pelo Tri­­­bunal de Contas (TC).
Pré-candidato à prefeitura de Maringá, Verri afirma que o regulamento da Casa permite a licença para os postulantes aos cargos, mas que todos os projetos serão discutidos. Além dele, outros 20 deputados podem participar das eleições municipais.
Apoio
David Fleischer defende a opinião de que o partido que consegue mais prefeitos e vereadores, tende a conseguir mais deputados na próxima eleição. “Há uma correlação forte”, diz. Segundo ele, é impossível não haver interferência eleitoral na Assembleia em um estado geograficamente extenso como o Paraná. “O deputado que está no interior não vai voltar para as sessões”, afirma o professor. “Eles [os parlamentares] chamam de esforço concentrado. Votam uma agenda de projetos em alguns dias de agosto e setembro”, diz.
Na avaliação do professor de Ciência Política Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), por terem interesse direto nas eleições municipais, é natural que haja um desvio da atividade política no segundo semestre deste ano. “Não somente os candidatos, mas os demais parlamentares também, porque os prefeitos eleitos vão apoiá-los daqui a dois anos”, explica. Cervi se mostra curioso para saber como será a cobrança pela presença dos parlamentares nesse período.
Fonte Gazeta do Povo.

O QUE VC ACHA DISSO? VAMOS FICAR DE OLHO NOS VEREADORES E COBRAR ???






Se Derosso retornar à presidência, MP irá pedir seu afastamento

Nos bastidores da Câmara, o comentário é de que o vereador tende a permanecer longe do comando da Casa para não prejudicar sua campanha eleitoral.Na primeira sessão do ano, o vereador João Cláudio Derosso (PSDB) desconversou ontem sobre a possibilidade de retornar à presidência da Câmara de Curitiba no próximo dia 21, quando acaba a licença de 90 dias requerida por ele mesmo em novembro. Nos bastidores, comenta-se que o tucano estaria receoso em voltar a comandar o Legislativo da cidade e ser alvo de mais uma investida do Ministério Público Estadual (MP) – o que poderia colocá-lo novamente em evidência e prejudicar seus planos de reeleger-se na eleição de outubro. Ontem, o promotor Paulo Ovídio dos Santos Lima, da Promotoria do Patrimônio Público, disse que, caso Derosso retorne à presidência, o MP vai pedir que ele se afaste do cargo.
Derosso se licenciou do co­­mando da Câmara logo depois que o MP o denunciou à Justiça por improbidade administrativa em razão de suspeitas de irregularidades em contratos de publicidade da Câmara. Na ação, o MP havia pedido o afastamento cautelar do vereador do comando do Legislativo até o final do julgamento da ação. Como o tucano se afastou voluntariamente, o pedido de liminar perdeu seu objeto. Mas a volta à presidência faria com que o MP novamente pedisse seu afastamento.
Ontem, Derosso evitou a imprensa na sessão de reabertura dos trabalhos legislativos. “Não sei, vamos esperar o dia 20”, limitou-se a dizer quando questionado sobre a decisão que terá que tomar sobre a volta à presidência.
Já os vereadores da base aliada do prefeito Luciano Ducci (PSB), que também dá sustentação a Derosso, estavam com discurso afinado. Na intimidade, ele ainda é tratado pela maioria de “presidente”. Os aliados dizem que a decisão sobre o afastamento definitivo é pessoal e a bancada da situação não vai interferir.
Questionado sobre o desgaste que um ação do MP para afastar novamente Derosso da mesa diretora poderia trazer para a imagem da Casa, o vereador Emerson Prado (PSDB) disse que isso está sendo avaliado pelo presidente licenciado. “Nós, do partido [o PSDB], estamos ciente de tudo isso e ele também. Ele sabe o que tem que fazer”, disse.
Nos corredores da Câmara, aliados de Derosso comentam que a tendência é que ele renove o pedido de afastamento da presidência para evitar prejuízos em sua campanha de reeleição. Essa hipótese, porém, é vista com desconfiança pela oposição. “Seria a melhor saída para a instituição, mas não acredito que vá ocorrer”, disse o vereador Pedro Paulo (PT), novo líder de seu partido na Casa.
Já o líder da oposição, Algaci Túlio (PMDB), lamentou o comportamento dos colegas vereadores no caso. Ele lembrou que dois processos no Conselho de Ética contra Derosso foram arquivados no ano passado e que a Co­­missão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para apurar as denúncias isentou o tucano, alegando falta de provas.
Derosso foi denunciado pelo MP à Justiça por ter contratado a agência de publicidade de sua mulher, Cláudia Queiroz Gue­­des. Nesse período, os dois não eram casados, mas Cláudia era funcionária da Câmara quando participou da licitação – o que é ilegal. O contrato foi prorrogado já quando os dois estavam juntos. Os contratos da Casa com a agência de Cláudia somaram R$ 5 milhões.
Preferência
Julião da Caveira falta à sessão para ver jogo do Atlético
O vereador Julio Cesar Sobota (PSC) não compareceu na reabertura dos trabalhos ontem na Câmara Municipal de Curitiba. Durante a chamada nominal antes da sessão, sua falta foi considerada justificada. “Julião da Caveira”, como é conhecido, é presidente da torcida organizada Os Fanáticos, do Atlético Paranaense, e preferiu comandar os torcedores que acompanhavam a partida do rubro-negro no Estádio Janguito Malucelli, a primeira do clube na capital neste ano. O jogo só começou às 17 horas. Já a sessão do Legislativo municipal acabou por volta das 16h20. Seu colega Juliano Borghetti (PP), também atleticano, assistiu à sessão até o final e depois, acompanhado do filho, foi para o estádio acompanhar a vitória do Furacão diante do Roma de Apucarana por 4 a 0. Julião da Caveira tem até amanhã para apresentar a justificativa de sua ausência à presidência da Casa.
Câmara reinicia trabalhos em ano com “férias” menores
Os vereadores de Curitiba retomaram as sessões plenárias ontem à tarde. O ano legislativo, que tradicionalmente começava na metade de fevereiro, foi antecipado para o início do mês devido à Lei Orgânica Mu­­nicipal, que encurtou o recesso os vereadores. Em 2012, a Câmara trabalhará até 20 de dezembro, com um recesso em julho.
A primeira sessão do ano foi comandada pelo vereador Tico Kuzma (PSB), presidente em exercício da Casa. Ele se emocionou durante o discurso de posse. Kuzma está no cargo em substituição ao presidente interino, o vereador Sabino Picolo (DEM), que exerce a função devido ao afastamento temporário de João Cláudio Derosso (PSDB).
Porém, Picolo teve de assumir a prefeitura de Curitiba porque Luciano Ducci (PSB) está em viagem oficial à Europa. Picolo, que participou da sessão como prefeito em exercício, fez um longo discurso sobre as realizações da prefeitura no ano passado.
Regimento Interno
A primeira sessão do ano serviu ainda para que os partidos comecem a indicar nomes para as comissões permanentes da Casa e também para a comissão especial que vai reformular o Regimento Interno da Câmara.