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5 de dezembro de 2011

Curitiba,amanhece a segunda feira triste.Será que faltou capacidade dos técnicos??

                                                Desgraça alheia

Nem o sonho, nem a salvação. O Atletiba que prometia ser histórico transformou-se em frustração coletiva. Atleticanos e coxas-brancas cúmplices na incapacidade de cumprir seus objetivos. O tão esperado clássico de ontem decretou ao Rubro-Negro um 2012 no segundo escalão e ao Alviverde nova chance desperdiçada de alcançar a América.
Dez anos após tornar-se a sensação nacional com um modelo de gestão e o título brasileiro no estádio mais moderno do país, o Atlético sucumbiu. Caiu em casa e levou consigo para a Série B a fanática torcida.
Um desavisado, porém, estranharia o cenário na Arena. Atleti­­canos rebaixados e comemorando? Só num Atletiba é possível. O sabor de destruir o objetivo do rival provocou uma euforia no lado vermelho e preto.
Apesar da tristeza e enquanto muitos choravam o descenso definido antes mesmo da partida, os quase 15 mil atleticanos (público total de 17.754) vibravam e provocavam em um uníssono “Ô, o sonho acabou”, voltado para o setor adversário. Foi a honra que restou.
Apesar da alegria pela queda do rival, a realidade foi dura de engolir pelos coxas-brancas, que entraram em campo dependendo apenas de si para sacramentar a vaga. Vantagem diluída na superioridade tática dos anfitriões e por uma surpreendente apatia. “Estamos tristes, naturalmente. O Atlético jogou bem e mereceu a vitória. Não conseguimos marcar e não conseguimos jogar também”, reconheceu o técnico Marcelo Oliveira, cuja escalação e alterações deixaram o time confuso, distante e sem dinâmica de jogo.
O resultado esfriou uma possível ira rubro-negra e a decepção desanimou os coxas-brancas. O receio diante das possíveis reações das torcidas desencadeou a maior operação de segurança já montada no estado.
A vitória do Atlético ainda serviu para derrubar um incômodo jejum diante do tradicional oponente – a primeira também da gestão Marcos Malucelli, prestes a terminar. O Furacão não batia o Coritiba na Arena há exatos 3 anos e 7 meses. O último triunfo também não trouxe boas recordações, pois apesar dos 2 a 1 o Coxa levou o título paranaense no Joaquim Américo.
Desta vez, refém do Cruzeiro e do Ceará, juntos na inglória batalha contra a queda, o Furacão não escapou em nenhum momento. A Raposa, que precisava perder, arrasou o Atlético-MG em uma suspeita goleada por 6 a 1, na opinião do jogador Cléber Santana.
O pesadelo atleticano sacramentado ontem começou há tempos, num flerte perigoso com a Segun­­dona temporada atrás de temporada. Este ano, em uma sucessão de deslizes. Seis técnicos, 50 jogadores e 38 rodadas fincado na zona de rebaixamento.
“Faltou planejamento desde o início, tivemos muitas trocas de treinadores. A responsabilidade é de todo mundo e não só de quem ficou. Tivemos muitos jogadores irresponsáveis, que foram embora e também precisam ser julgados”, cobrou, abatido, o meia Paulo Baier, também aliviado por vencer seu primeiro Atletiba. Ainda em campo, o capitão assumiu fazer o caminho de volta à elite. “Sou o primeiro a ficar.”
Quem o acompanhar vai encarar uma realidade distante do clube desde 1996. Pela frente, adversários como ASA, CRB, Boa Esporte. Para piorar, o incômodo de jogar longe de casa, com o fechamento da Arena para obras da Copa de 2014.
 
Tcheco chora e nega aposentadoria

Se a vaga poderia representar uma prorrogação imediata na carreira, o resultado de ontem deixou incerto o futuro de Tcheco. O meia coxa-branca chorou a perda da classificação para Libertadores e adiou o anúncio sobre se permanece no Alto da Glória ou abandona o futebol.
“Eu ainda vou ver o que quero pra mim realmente. Vou conversar com o Felipe [Ximenes, superintendente]. Não tenho muita pressa para resolver minha situação. Ainda não foi tomada minha decisão”, afirmou o atleta após o clássico.
Abatido, ele reconheceu a inferioridade do Coxa diante do rival já rebaixado. “O Coritiba poderia ter jogado muito mais. Hoje [ontem] era um campeonato à parte. Parecia que era o Atlético que estava brigando por Libertadores. Eu sou muito crítico e me cobro muito”, analisou Tcheco. Ele entrou no segundo tempo, mas não conseguiu dar a dinâmica necessária para o clube reagir.
“Que esse ano sirva de lição para quem ficar aqui porque íamos ter um calendário recheado no ano que vem. Vamos tentar um desempenho melhor no próximo ano”.

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