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6 de dezembro de 2011

Richa admite inchaço de comissionados e falhas na segurança

O governador Beto Richa (PSDB) apresentou ontem o balanço de seu primeiro ano de gestão, admitindo que não atingiu algumas das metas de governo, principalmente na segurança pública. Richa reconheceu também que ampliou o número de funcionários comissionados, sem vínculo com o estado, ao contrário do que havia prometido durante a campanha eleitoral. Mas ele responsabilizou as gestões anteriores, mais uma vez, por essa inoperância. No geral, ele autoavaliou sua gestão como “positiva, com resultados relevantes em todas as áreas”.
“Em que pesem as dificuldades financeiras, a reduzida capacidade de investimento e a desorganização da estrutura administrativa conseguimos resultados. Mas o primeiro ano nunca é fácil, tem que botar a casa em ordem”, declarou Richa, em coletiva à imprensa. Entre as frustrações, Richa destacou a situação da segurança pública do estado. “É difícil mudar uma realidade dura destas da noite para o dia”, lamentou.
O governador projetou um cenário melhor para 2012, com aumento de investimentos na área. Parte disso será proveniente da alta de até 271% nas taxas do Detran, aprovada a toque de caixa pela Assembleia no mês passado. A oposição vem questionando o governo, por considerar que o acréscimo de recursos para a área representará apenas uma pequena parte da arrecadação do Detran.
Richa também reconheceu que aumentou o número de cargos comissionados. Apenas com a readequação da estrutura de quatro secretarias e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) o tucano criou cerca de 300 cargos de livre nomeação, sem concurso. “Não era o que eu achava ideal, mas acima disso a preocupação é com uma gestão pública de qualidade.” Segundo o governador, o estado está “do tamanho suficiente para promover as alterações que julgo fundamentais”. Neste período, os servidores comissionados receberam dois aumentos.
Em julho, ganharam reajuste no mesmo porcentual concedido ao funcionalismo: 6,5%. Em outubro, um segundo aumento mais expressivo, com índices que variam de 63% a 128%. O impacto na folha de pagamento foi de um acréscimo de R$ 7 milhões.
O governador afirmou que as contratações e os aumentos eram necessários. “Um governo não vive só de boas notícias. Às vezes precisamos tomar medidas amargas, mas que são necessárias para produzir os resultados esperados.”
Economia
De acordo com o governador, a meta de economia nos gastos de custeio foi superada. Ele fez um pacto para os secretários reduzirem as despesas em 15%, e a redução chegou a 19,4% em média por secretaria. Isso equivaleu a uma redução de R$ 70 milhões nos gastos do Poder Executivo.
Como os dois grandes méritos de sua gestão, o governador apontou a capacidade de diálogo com a classe política e na busca de investimentos privados para o estado. “Estabilidade política e segurança jurídica, algo que não acontecia antes. Empresários diziam que não queriam passar nem de avião por cima do Paraná, pois tinham receio do governo.”

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