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23 de novembro de 2011

Falhas de segurança tornam escola municipal alvo de arrombamentos

Segundo professores, unidade escolar sofreu quatro ataques desde o início do feriado prolongado; entre os educadores, clima é de medo
O monitoramento eletrônico feito por uma empresa terceirizada de segurança não tem sido suficiente para manter a Escola Municipal Doutor Oswaldo Cruz, no bairro Novo Mundo, em Curitiba, a salvo da ação de bandidos. De acordo com professores, desde o dia 12 de novembro, a unidade escolar foi alvo de quatro arrombamentos. No fim de outubro, o colégio havia sofrido um assalto a mão armada.
Professores ouvidos pela Gazeta do Povo relatam que a escola foi vítima de três ataques ao longo do feriado prolongado de Proclamação da República. Nestas ações, os bandidos invadiram o prédio pelo telhado e arrebentaram a grade do laboratório de informática. Nos três arrombamentos, os ladrões levaram computadores e monitores. “A gente conversou com vizinhos. Uma das invasões teria acontecido por volta do meio-dia”, disse uma educadora, que pediu para não ser identificada.
A ousadia dos bandidos foi além. No fim de semana seguinte ao feriado, no dia 20 de novembro, a escola foi invadida novamente. “Eles [os ladrões] levaram o que tinha sobrado dos computadores. O que eles não puderam carregar, foi destruído”, afirmou uma professora. “Para uso das crianças mesmo, não ficou nada”, lamentou.
No dia 28 de outubro, a Escola Oswaldo Cruz tinha sido vítima de um assalto. Na ocasião, um homem armado com um facão invadiu a sala da direção e manteve uma professora refém. O assaltante só foi embora quando funcionários entregaram os celulares e um rádio que havia na sala. O autor do roubo foi visto recentemente rondando a escola, o que contribuiu para aumentar o clima de medo entre os professores.
“Eu estou tomando calmantes para conseguir dormir, porque o medo é muito grande. Nós não podemos aceitar como normal que uma unidade de educação seja vítima constante desses tipos de ocorrências”, disse a professora que foi mantida refém no assalto de outubro.
Falhas
Durante o dia, a segurança é feita por um agente da Guarda Municipal. No período noturno, a escola é monitorada por uma empresa de segurança privada. Assim que os alarmes disparam, equipes desse grupo se desloca até o colégio para averiguação. Vizinhos, entretanto, relatam que os seguranças terceirizados demoram a chegar, o que permite que os invasores escapem.
A Gazeta do Povo tentou ouvir algum representante da Secretaria Municipal de Educação. Por meio de sua assessoria de imprensa, a pasta se limitou a informar que os equipamentos furtados estão sendo repostos, para que não haja prejuízo aos alunos. A secretaria acrescentou que os casos ocorridos ao longo do feriado foram comunicados à polícia, por meio de boletim de ocorrência. O arrombamento do último fim de semana ainda não foi informado às autoridades.
O delegado Rodrigo Brown de Oliveira, chefe da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), disse que a falta de informações por parte das vítimas dificulta as investigações. De acordo com o policial, o ideal seria que, além de registrar as ocorrências, os diretores do colégio fossem à unidade dar detalhes sobre as ações.
Ainda segundo o delegado, os autores de crimes como esses têm, em geral, um mesmo perfil: são jovens, na maioria das vezes usuários de drogas, que visam conseguir dinheiro para comprar entorpecentes. Brown de Oliveira aponta que, normalmente, os ladrões são pessoas que vivem próximo das escolas e que conhecem a rotina de funcionamento do colégio.
A Escola Municipal Doutor Oswaldo Cruz atende crianças entre cinco e dez anos de idade, que estão cursando da 1ª à 5ª série. São cerca de 400 crianças estudando em dois períodos.

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